Larguei meu coração num vagão qualquer de um trem da central line, numa noite estranhamente fria de Julho. Consigo vê-lo agonizando, preso naquele ziguezague cor de sangue, morrendo um pouco a cada parada. Vez ou outra paro diante da porta, apresento um amor possível, mas não há o que fazer. Ele precisa querer. Querer não se preocupar com o vão (entre o trem e a plataforma, entre a insensatez e a terra firme)
Tento convencê-lo de que cair é sempre a melhor opção.
Acontece que sempre que estou encarando o abismo e estico os braços para trazê-lo comigo, meu coração perde uma batida lembrando daquela noite quase quente de julho, daquele quase beijo, daquela quase paixão. Ficamos suspensos, meu coração e eu. E ele perde mais uma vez a estação.
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