"words are poisoned darts of pleasure" FF

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Relógios meus

Na infância me coçavam e eram logo arrancados, abandonados num canto qualquer e decerto perdidos, para desgosto de mamãe. Um outro esqueci de propósito na banheira de um amante, desta vez para desgosto meu: o romance não durou nem um instante. Na antiga casa, nunca andou; não existiu mais do que a marca que na parede da cozinha ficou. Agora, na casa nova, jaz morto sobre a mesa o novo modelo – esqueci de pendurar.


Tic tac, mesmo, só o da morte a espreitar.

5 comentários:

Carlos Jannarelli disse...

No meu blog antigo escrevi uma vez sobre como não acredito no tempo.
Lendo este texto fiquei com vontade de escrever mais sobre o tema.

Miguel Del Castillo disse...

o tempo, sempre dando o que falar...

adorei o poeminha do metrô de Londres, hehe.
a aula foi boa sim!

Anônimo disse...

gosto da imagem da marca na parede!

Natica disse...

Ai ai...esses relógios...

Paulo Henrique Motta disse...

faço minha as palavras do Luiz.